O QUE SIGNIFICA ORAR EM NOME DE JESUS?

O que significa orar em nome de Jesus?

Claramente não quer dizer apenas acrescentar a expressão “em nome de Jesus” no final das orações, por que Jesus não disse: “Se vocês pedirem qualquer coisa e acrescentarem as palavras em nome de Jesus depois da sua oração, eu farei”.

Jesus não está falando sobre acrescentar algumas palavras, como se elas fossem uma espécie de fórmula mágica que traria poder a nossa oração.

Na verdade, nenhuma das orações registradas na Bíblia termina com as palavras “em nome de Jesus” (cf Mateus 6.9-13; Atos 1.24-25; 4.24-30; 7.59; 9.13-14; 10.14; Apocalipse 6.10; 22.20).

Apresentar-se em nome de alguém indica ter a autorização dessa pessoa para fazer uso de sua autoridade, não para agir em causa própria.

Quando Pedro ordena ao coxo: “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande” (Atos 3.6), ele está falando com base na autoridade de Jesus, não na dele mesmo.

Quando o Sinédrio pergunta aos discípulos: “Com que poder ou em nome de quem vocês fizeram isso?” (Atos 4.7), eles estão dizendo: “Debaixo da autoridade de quem vocês fizeram isso?”

Quando Paulo repreende um espírito imundo “em nome de Jesus Cristo” (Atos 16.18), ele explica que está fazendo isso com a autoridade de Jesus, não a sua.

Portanto, orar em nome de Jesus é fazer uma oração autorizada por ele com base em sua obra mediadora em nosso favor.

Em um sentido mais amplo, o “nome” de uma pessoa no mundo antigo representava a própria pessoa e, por extensão todo o seu caráter.

Ter um “bom nome” (Provérbios 22.1; Eclesiastes 7.1) equivalia a ter uma boa reputação. Assim, o nome de Jesus representa tudo o que ele é, todo o seu caráter.

Isso indica que orar “em nome de Jesus” não se trata somente de orar na sua autoridade, mas também de uma maneira condizente com o seu caráter, que verdadeiramente o representa e reflete o seu modo de vida e sua vontade santa.

Orar em nome de Jesus também significa orar de acordo com o seu caráter. Nesse sentindo, orar em nome de Jesus se aproxima da ideia de orar “segundo sua vontade” (1 João 5.14-15).

Será que isso significa que está errado terminar nossas orações com as palavras “em nome de Jesus”?

Com certeza não há erro algum nisso, desde que entendamos o que isso significa e que não é algo necessário.

No entanto, há algum risco ao finalizarmos todas as orações públicas e particulares, que fizermos com essa expressão, porque em pouco tempo passará a ser uma simples fórmula sem muito valor para as pessoas, dita sem pensar em seu significado.

Pode ser que ela seja vista, no mínimo pelos novos convertidos, como um tipo de fórmula mágica.

Para evitar esse equívoco, uma opção sábia seria decidir não usar essa fórmula com frequência e expressar o mesmo pensamento em outras palavras, ou simplesmente na postura e no método geral quanto à oração.

Por exemplo, as orações poderiam começar assim: “Pai, nós chegamos a ti na autoridade de nosso Senhor Jesus, teu Filho…”, ou “Pai, obrigado por perdoar nossos pecados e nos dar acesso ao seu trono pela obra do teu Filho Jesus…”.

Em outros momentos, nem mesmo esses conhecimentos formais devem ser necessários, desde que o nosso coração continue a perceber que é o nosso Salvador que nos capacita a orar ao Pai.

A oração verdadeira é como uma conversa que temos com alguém que conhecemos bem e que também nos conhece muito bem.

Essa conversa autêntica entre pessoas que se conhecem não depende de modo algum do uso de fórmulas ou palavras obrigatórias.

É uma questão de sinceridade de palavras e de coração, é ter a atitude certa baseada na nossa condição espiritual.

 

Grudem, Wayne. Teologia Sistemática ao Alcance de Todos. Thomas Nelson, 2019 p. 235-236.

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Thiago Amorim

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