ANJOS CAÍDOS TIVERAM RELAÇÕES SEXUAIS COM MULHERES?

Anjos caídos tiveram relações sexuais com mulheres? Seria isso possível? Essa é uma dúvida que surge do texto de Gênesis 6:1-2 que diz:

Quando os homens começaram a multiplicar-se na terra e lhes nasceram filhas, os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram bonitas e escolheram para si aquelas que lhes agradaram.

Três posições básicas diferentes tem sido defendidas com relação a identidade desses filhos de Deus. Vamos analisar agora cada uma delas.

1- A expressão filhos de Deus se refere a anjos caídos

Alguns intérpretes recorrem a textos como Jó 1.6 e 2.1 que se referem a anjos para defender essa posição. Citam também judas 6 bem como o livro apócrifo de Enoque para sustentar essa posição.

Contudo essa opinião tem as suas dificuldades. Por exemplo, o contexto de Gênesis 6 trata da maldade do homem (Gênesis 6.3,5) e não de anjos.

O juízo de Deus através do dilúvio se dá por conta da maldade do homem.

Outro ponto a ser destacado é que, quando o livro de Jó usa o termo filhos de Deus se referindo a anjos, esses anjos são sempre bons e fiéis, nunca é usado para anjos caídos.

Em outras passagens, expressões equivalentes a filhos de Deus muitas vezes se referem a seres humanos (Dt 14.1; 32.5; Sl 73.15; Is 43.6; Os 1.10; 11.1; Lc 3.38; 1 Jo 3.1, 2, 10).

Judas 6 e 2 Pedro 2.4 são as únicas referências diretas à queda dos anjos.

Mas, provavelmente esses dois textos tratam da queda de Satanás e seus anjos que se deu antes de Adão e Eva terem o encontro com ele que os levou a pecar no jardim do Éden.

Portanto, Judas 6 não poderia estar relacionado a Gênesis 6 por ser tratar de um evento muito anterior.

O livro de Enoque por ser um livro apócrifo (não inspirado), não pode ser usado como base para sustentar essa posição.

E o ponto principal contra essa posição é que contradiz diretamente o ensinamento de Jesus a respeito da natureza dos anjos (Mateus 22.30), e o ensinamento de Moisés sobre as espécies (Gênesis 1.21-25).

Deixando claro que essa posição não tem respaldo bíblico para ser sustentada.

Thiago Amorim

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